Valbom é uma freguesia portuguesa do concelho de Pinhel, com 14,76 km² de área e 298 habitantes (2001). Densidade: 20,2 hab/km².
Valbom faz parte da diocese e distrito da Guarda. Dista 6 km da sede do concelho e 4 km da margem esquerda da ribeira Pêga, afluente do rio Côa.
Valbom deve o seu nome ao facto das suas primeiras habitações terem sido construídas num vale bom e fértil. A primitiva povoação estende-se pela encosta de um monte até à ribeira, estando a parte mais recente na margem oposta. É atravessada a meio pela ribeira do Porquinho, estando as duas margens unidas por uma elegante ponte de um só vão, em ambiente agradável e harmonioso.
História
É difícil ter certezas acerca do povoamento pré nacional do seu território, mas algumas indicações arqueológicas e toponímicas parecem indicar essa antiguidade. São de destacar as recentes escavações arqueológicas na Quinta do Prado Galego, onde se encontram mosaicos romanos, que segundo o arqueólogo Jorge Perestrelo mostram a existência de uma Villae Romana de dimensão considerável.
É uma das freguesias mais antigas do termo de Pinhel e a sua igreja de traça românica parece remontar ao inicio da nacionalidade. A sua instituição paroquial pensa-se que date dos séculos XIII / XIV. Crê-se que, outrora, terá Valbom conhecido uma considerável importância. No arrolamento paroquial de 1320 foi a sua igreja taxada em 110 libras e em meados do século XVIII os rendimentos da paróquia igualavam os da de Santa Maria do Castelo de Pinhel - 300 mil réis anuais. A igreja é românica e de edificação provavelmente quatrocentista. Numa casa da margem esquerda da ribeira, encontra-se um curioso lintel de uma antiga capela da freguesia, hoje desaparecida. Valbom foi o local escolhido por Massena para estabelecer o corpo principal das suas tropas quando da sua chegada a Pinhel. Uma grande parte dos 1476 hectares da freguesia foi transformada num parque de artilharia, o qual, em movimento, formava um extenso comboio, levando a cavalaria de reserva na retaguarda, sob o comando de Montabrum.
Tradições
Pagamento da Busca
Quando os rapazes, aos quinze ou dezasseis anos, começavam a sair à noite, eram obrigados ao “pagamento da busca” pelos rapazes mais velhos. O pagamento consistia em vinho e castanhas, caso não o fizessem, os mais velhos não os deixavam sair de casa. Esta tradição era praticada no mês de Novembro, na altura do São Martinho. Esta tradição já quase não existe.
Fogueira de Natal
Todos os anos, na véspera de Natal, a população transporta grandes troncos de árvores para o largo da Igreja, que colocarão a arder na noite de Natal, enquanto vão tocando os sinos da Igreja. Esta tradição ainda está em uso.
Despedida de Solteiro
Era tradição, no Domingo que antecede o casamento, a Noiva deslocar-se a todas as casas onde existia uma rapariga solteira, levando-as consigo. Todas reunidas, iam a casa da noiva comer “tremoços”. Por sua vez, o Noivo tocava o sino da Igreja para que os homens e rapazes se reunissem no adro da Igreja para dar os “tremoços” e “pagar o vinho”. Depois, todos reunidos, rapazes e raparigas dançavam num baile que era organizado pelas pessoas. Esta tradição ainda está em uso.
Roubo dos Vasos
Antes do Domingo de Páscoa, os rapazes têm por tradição retirar os vasos de flores, durante a noite, da casa das pessoas e colocá-los em diversas partes da Igreja, decorando-a.
Património
De cariz rural esta terra destaca-se pelo seu vasto património:
Igreja Matriz (Românica)
A sua construção parece remontar ao inicio da Nacionalidade, de realçar para além da sua beleza exterior, o seu Altar-Mor com uma magnifica talha dourada.
Ponte Românica
É um dos monumentos mais importantes da aldeia e apesar das peripécias por que passou (alargamento e derrubes) ainda se encontra em bom estado de conservação. Localiza-se no centro da aldeia.
Centro histórico
Onde para além de construções antigas situa-se, segundo a crença popular, a "Cova da Moira Encantada", cuja lenda refere que numa gruta está uma moira encantada e quem lá entrar libertá-la-á mas aí ficará aprisionado para sempre.
Sepulturas rupestres
Situam-se num descampado entre a Quinta do Vale das Freiras e a Quinta de Cima e mostram o povoamento antiquíssimo da aldeia.
Fontanário público
Datado do século XIX (1892) foi durante muito tempo a fonte principal de abastecimento de água da população. Situa-se junto ao tanque, no qual algumas pessoas da aldeia ainda lavam roupa.
Cruzeiro
Situado à saída da Freguesia está o cruzeiro, representando a Cruz de Cristo e construido, muito provavelmente com fins religiosos.
Villae Romana
Recentes escavações arqueológicas na Quinta do Prado Galego, onde se encontraram mosaicos romanos, que segundo o arqueólogo Jorge Perestrelo mostram a existência de uma Villae Romana de dimensão considerável.
Festa Religiosa
Conta-se que a Freguesia de Valbom sofreu extraordinariamente os efeitos de uma terrível trovoada no ano de 1925. A enchente da ribeira do Porquinho foi de tal modo violenta que as águas invadiram uma casa e na sua fúria destruidora terão levado uma criança. Para evitar que acontecimentos semelhantes se repetissem criou-se uma festa em honra da Santa Cruz de Cristo, que tinha lugar no dia 3 de Maio e que mais tarde passou para o segundo fim de semana desse mesmo mês.
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