Vialonga

Vialonga
Vila Franca de Xira



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Vialonga é uma freguesia portuguesa do concelho de Vila Franca de Xira, com 17,52 km² de área e 15.471 habitantes (2001). Densidade: 883,0 hab/km². Foi elevada a vila em 24 de Setembro de 1985. Tem por orago Nossa Senhora da Assunção.

A principal empresa da freguesia é a Central de Cervejas que produz a popular cerveja de Portugal, a Cerveja Sagres.

História

Situada numa das férteis várzeas dos arredores de Lisboa, Vialonga desfrutou desde cedo da sua posição geográfica privilegiada, assumindo-se como passagem obrigatória para quem se dirigia à desembocadura do Tejo. O próprio topónimo denuncia isso, uma vez que Vialonga cresceu ao longo da tradicional via de acesso à capital.

Desde o final do Neolítico, princípios do Calcolítico que existem vestígios dessa passagem. Junto à Verdelha do Ruivo, mais concretamente na pedreira do Casal do Penedo, existem vestígios de um povoado, uma gruta funerária e um dólmen (quase totalmente destruídos pela pedreira aí aberta). Também no Monte Serves encontramos um dólmen, hoje incompleto, sendo apenas visível a cabeceira, um corredor curto e parte da mamoa.

Na época romana era na povoação de Vialonga que confluíam as duas estradas romanas provenientes de Olisipo (Lisboa) e que depois entroncavam numa via única que ia para Braga. Era uma importante área de exploração agrícola, sendo quase certa a existência de granjas agrícolas (villae) como parecem atestar os achados de mosaicos romanos e moedas, em local incerto da Vila.

No século XII, surgem-nos as primeiras referências à Granja de Alpriate, enquadradas num contexto de repovoamento do território, que viria a pertencer aos Templários e à Ordem de Cristo. Do século XIV são os primeiros registos documentais referentes a Villa Longa, que denotam a importância económica das propriedades da região, como abastecedoras de frescos e de azeite à capital do Império, algo que se viria a consolidar em meados da centúria de quinhentos, por época das Descobertas.

A Igreja de Nossa Senhora da Assunção de Vialonga, parece ter tido a sua primeira construção em 1390, mas o templo que hoje vemos é de origem quinhentista e integra elementos do século XVII e XVIII, sendo de realçar a talha seiscentista do altar-mor e de dois altares laterais. É um templo de uma só nave, que apresenta altos silhares de azulejos setecentistas com cenas da vida de Nossa Senhora. Na sacristia podem também ver-se azulejos do século XVIII, um lavabo de mármore e pinturas em tela do século XVII. Está classificada como imóvel de interesse público desde 1993.

A nível religioso destaca-se ainda o Convento de Nossa Senhora do Amparo fundado em 1546, por vontade de Fernando de Alcáçova Carneiro, situado na Verdelha do Ruivo. Foi um dos primeiros que teve a província de Santo António, razão por que o chamaram a Casa Nova.

Existe ainda o Convento de Nossa Senhora dos Poderes, cujas notícias da sua fundação datam de 1561/62 por D. Brites de Castelo Branco, na Quinta de Santa Maria. Era um convento de clarissas e até 1575 sítio de recolhimento de terceiras franciscanas passando após essa data a ser regido pela regra de Santa Clara.

Salientamos também a Capela de Santa Eulália, um templo datado de finais do século XV do qual conserva ainda a capela mor. Foi remodelada no século XVII, datando desse período os seus azulejos. Foi restaurada em 1984/85 e está classificada como imóvel de valor concelhio desde 1982.

Foi depois do terramoto de 1755 que alguns nobres procuraram refúgio nesta vila, onde adquirem terras e constroem os seus palácios. Muitas destas quintas conheceram um relativo esplendor durante o Antigo Regime até ao século XIX, especialmente devido a sua notável arquitectura. Destacam-se deste conjunto a Quinta da Flamenga, com um edifício do século XVII que inclui uma capela com azulejos seiscentistas sobre a vida de Santo António; a Quinta do Duque com um notável conjunto neoclássico, com um solar residencial, capela e jardins (hoje muito degradados) e a Quinta do Serpa excelente exemplo da arquitectura civil do século XVIII, as suas linhas sóbrias demonstram todo o carácter da casa antiga portuguesa.

Até 1826 a freguesia da Granja de Alpriate coexistiu com a de Vialonga, onde foi integrada naquela data. Após a extinção do termo de Lisboa, Vialonga foi incorporada, em 1852, no Concelho dos Olivais, sendo integrada no de Vila Franca de Xira em 1886.

Com o crescimento da capital, e da sua cintura industrial, alteram-se as tradicionais vias de penetração que eram o Tejo e a várzea de Vialonga. É no século XIX, com o lançamento do caminho de ferro e a construção da ponte de Sacavém, que mais profundamente se alteraria a rede viária tradicional.

A auto estrada “do norte” volta a bordejar a várzea retirando-lhe o papel de acesso à capital e de centro abastecedor de frescos, assistindo-se à implantação de indústrias que exigiam um escoamento fácil.

A proximidade da capital e a sua consequente expansão urbana, foram factores dominantes no aumento demográfico e transformação urbanística que Vialonga sofreu nos anos 60 e 70 e serão fundamentais para a sua elevação a Vila em 24 de Setembro de 1985. O crescimento de bairros típicos da área periférica de Lisboa como habitação acessível a operários e trabalhadores, marca hoje a paisagem de Vialonga, ainda assim é marcante o carácter agrícola da zona, quem sabe ponto de partida para recuperar uma identidade que hoje, se não completamente perdida, é por muitos desprezada.

Heráldica

Em 13 de Dezembro de 1995 a Junta de Freguesia envia o projecto de símbolos heráldicos para a Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses, que emite o seu Parecer sobre estes em 15 de Março de 1996, nos termos da Lei n.º 53/91 de 7 de Agosto.

Os presentes símbolos foram publicados em Diário da Republica – III Série, n.º 121 de 24 de Março de 1996, tendo sido estabelecidos sob proposta da Junta de Freguesia, em sessão da Assembleia de Freguesia de 30 de Abril de 1996, encontrando-se registados na Direcção-Geral da Administração Autárquica com o n.º 66 de 7 de Abril de 1997. Segundo a legislação em vigor (Lei n.º 53/91 de 7 de Agosto de 1991) têm direito ao uso de símbolos heráldicos a Freguesia e a Vila, neste momento unicamente a Freguesia tem os seus símbolos aprovados.

Brasão

Escudo de prata, árvore de verde, troncada e arrancada de negro; em chefe, à dextra uma espiga de milho, de vermelho, desfolhada de verde e, à sinistra, uma roda dentada de azul. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro, em maiúsculas: “VIALONGA”.

O brasão tem o seguinte simbolismo:

  • Árvore de verde, troncada e arrancada de negro, que significa vegetação e pelas muitas e frondosas árvores.
  • Roda dentada de azul, que simboliza as indústrias.
  • Espiga de milho de vermelho, desfolhada de verde, que simboliza uma das produções agrícolas. Escudo de prata.

Bandeira

Esquartelada de azul e branco. Cordão e borlas de prata e azul. Haste e lança de ouro.

Selo

Nos termos da Lei, com a legenda: “Junta de Freguesia de Vialonga – Vila Franca de Xira”.

Património

  • Capela de Santa Eulália (ruínas)
  • Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Assunção de Vialonga, elementos de talha, pintura sobre tela, azulejos e imagens
  • Convento de Nossa Senhora do Amparo
  • Quinta das Maduras
  • Quinta do Carlos
  • Quinta do Monteiro-Mor
  • Quinta do Duque
  • Capela São Sebastião
  • Quinta do Brasileiro

Povoações

  • Granja de Alpriate
  • Mogos
  • Fonte Santa
  • Verdelha do Ruivo
  • Cabo de Vialonga
  • Boca da Lapa
  • Alpriate
  • Quintanilho
  • Morgado
  • Santa Eulália
  • Mogos
  • Fonte do Vale
  • Terra do Barro
  • Casalinho

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