Vide é uma freguesia portuguesa do concelho de Seia, com 51,25 km² de área e 843 habitantes (2001), com uma densidade populacional de 16,4 hab/km².
Está situada na zona centro do país, a uma distância de 25 km da Torre. Fica situada no Sudoeste do Parque Natural da Serra da Estrela, tendo por limite, próximo, a área de Paisagem Protegida da Serra do Açor.
A paisagem em que se insere caracteriza-se por um relevo muito acidentado em que predomina o pinheiro bravo, o medronheiro, a urze e a carqueja. Nesta densa flora podemos encontrar javalis, ginetas, papalvas, saca-rabos, texugos, águias de asa redonda, gaviões, etc.
Localidades
A aldeia da Vide tem vários acesso sendo os principais a EN 230, que vem de Oliveira do Hospital, e a EN 238, uma saída da EN 231 que une Loriga a Seia. Devido ao isolamento a que foram votadas, algumas das suas povoações anexas têm vias de comunicação deficientes, o que dificulta o acesso às mesmas, favorecendo o seu isolamento particularmente com condições climatéricas desfavoráveis, no Inverno.
A freguesia engloba as seguintes povoações anexas:
- Abitureira
- Baiol
- Balocas
- Baloquinhas
- Barreira
- Barriosa
- Barroco da Malhada
- Borracheiras
- Carvalhinho
- Casal do Rei
- Casas Figueiras
- Cide
- Chão Cimeiro
- Coucedeira
- Costeiras
- Fontes do Cide
- Foz da Rigueira
- Foz do Vale
- Frádigas
- Gondufo
- Lamigueiras
- Malhada das Cilhas
- Monteiros
- Muro
- Obra
- Outeiro
- Ribeira
- Rodeado
- Sarnadinha
- Silvadal
- Vale do Cide
História
Segundo os últimos estudos, levados a cabo em 2002, o povoamento da Vide remonta aos finais do Paleolítico Superior.
Entre as zonas de Entre-Águas e de Ferraduras, há alguns núcleos rochosos que possuem várias inscrições rupestres, que estão a ser objecto de estudo por parte da Associação Portuguesa de Investigação Arqueológica, e que segundo os traços gerais apresentados, pertencem à Idade do Bronze.
Vide foi uma vila antiquíssima do concelho de Seia, com todas as “justiças”, Câmara, Pelourinho, Companhias de Ordenança. À vila de Vide andou ligado o nome do Rei D. Dinis, que teve:
“assinalada a sua estada ali na velha “Albergaria”, onde o Rei Lavrador descansou da sua fadigosa jornada, vindo do Sabugal por “Traz da Serra”, quando se dirigia para a capital de então e onde anteriormente se havia encontrado com os enviados de Aragão que tinham vindo expor as condições do casamento com D. Isabel”.1
Pertenceu ao concelho de Loriga até ao início do século XVII, época em que recebeu foral. Foi vila e sede de concelho até ao início do século XIX (1834), tendo nessa época passado a pertencer novamente ao município loriguense até 1855, ano em que foi integrado no concelho de Seia. Em 1801 era constituído apenas pela freguesia da sede e tinha 750 habitantes.
Toponímia
Numa determinada tarde, um bando de cotovias pernoitou numa vinha. Quando levantaram voo para ir embora, uma delas ficou com a pata presa numa vide de videira. Então, uma delas terá dito: “Não te fies na vide”. E daí terá surgido a origem do nome da Freguesia.
Património e Turismo
No actual contexto externo que privilegia o conceito de vida saudável, o meio ambiente e a sua preservação, Vide apresenta particularidades que lhe fornecem importantes vantagens competitivas dentro do quadro do seu riquíssimo património natural: dentro do seu perímetro conta com quatro cursos de água (ribeiras de montanha) impolutas e cristalinas que oferecem excelentes condições para banhos e pesca, qualidade do ar, importantes manchas de floresta autóctone, sítios classificados de curiosidade natural pelo Parque Natural da Serra da Estrela, significativas zonas urbanas em xisto (construção tradicional da região), excelentes vistas paisagísticas devido ao seu carácter montanhoso, produtos tradicionais de qualidade (queijo de cabra, aguardente de medronho e mel, enchidos de carne, brôas de milho), a vivência rural da população e os seus usos e costumes.
Com as novas tendências do turismo, emergiram na Região Centro as chamadas “Adeias-Históricas" entre as quais se destaca a aldeia do Piódão situada na Serra do Açôr . Uma das principais vias de acesso passa pela Freguesia de Vide (que dista apenas 10 km) e que assim possui a possibilidade de deter uma posição estratégica em termos de aproveitamento de parte desse fluxo turístico.
Outro pólo turístico da região é a Serra da Estrela. Vide não possuía, até hoje, nenhum acesso rápido à mesma e não beneficiava do seu tráfego turístico. Neste momento, está em construção uma nova via que vai permitir um acesso rápido à Serra da Estrela. Com a nova estrada da Portela do Arão, Vide passará a ser a principal porta da Serra da Estrela para o sul o que poderá potenciar o aproveitamento turístico da freguesia.2
Património Arquitectónico
Igreja Matriz
Situada no centro do povo. Existe uma lenda relativa a Santa Luzia muito antiga relatando que em tempos, o pároco da Freguesia tinha vendido a imagem da santa. O povo uniu-se e não deixou que tal acontecesse, voltando a colocar a imagem no seu lugar.
Capela de Nossa Senhora dos Aflitos
Situada junto ao Cemitério, é a capela mais importante da freguesia. Todos os Santos a que se dedica uma festa têm uma capela de seu nome na respectiva povoação.
Pelourinho
Situado no centro da Freguesia. Dele apenas resta o capitel.
Nichos / Alminhas
Na localidade de Silvadal de Cima, num caminho muito antigo, junto a uma mina de água.
Cruzeiro
No centro do povo, conhecido como Local do Cruzeiro.
Fontes
Destaca-se a Fonte do Ribeiro mas existem várias outras espalhadas pelas localidades anexas, inclusive diversas Fontes Romanas em rocha e xisto.
Fornos Comunitários
Cinco localidades têm forno comunitário recentemente recuperados: Vide, Barriosa, Casal do Rei, Cide e Gondufo. Existem outros mas não estão funcionais.
Ponte de Pau
Todo o movimento que havia entre as anexas era feito nesta ponte. Hoje, reconstruída em cimento, por António dos Santos. Em tempos, próximo à ponte, existiam umas “alminhas”, onde as crianças mais irrequietas tentavam com um íman colocado na ponta de um pau, retirar as esmolas que aí eram colocadas.
Ponte Romana
Em pleno centro da povoação.
Património Arqueológico
A Associação Portuguesa de Investigação Arqueológica, sem fins lucrativos, e de carácter científico, promoveu o estudo da Arte Rupestre das Bacias Hidrográficas do Alva e Ceira.
Arte Rupestre de Vide – Bacia Hidrográfica do Rio Alvoco (Alva)
Descoberta pela arqueologia em 1998, e na sequência de estudos toponímicos realizados no âmbito do Núcleo de Góis da Associação Portuguesa de Investigação Arqueológica; tendo sido divulgado pela equipa que se encontra a estudar a área, no corrente ano.
As gravuras rupestres de Vide, sítios (Entre-Águas e Ferraduras), foram realizadas através do método de incisão. Tendo como motivos decorativos, círculos, motivos geométricos, covinhas, serpentiformes e linhas, devendo em traços gerais corresponder cronologicamente à Idade do Bronze. No sítio de Ferraduras, há ainda de salientar a existência de elementos arboriformes ou antropomorfos, que fazem deste painel um dos painéis de arte rupestre mais representativos e originais encontrados na região Centro/Norte.
Património Natural
Miradouros
Em toda a freguesia existem locais que servem de miradouro, porque a sua extensão situa-se em plena Serra da Estrela.
Ribeiras
A do Piódão e a de Loriga que confluem na Ribeira de Alvoco, a norte da povoação.
Jardins Naturais
Jardim da Senhora do Calvário.
Vários Açudes
Em Caneiros, Várzea, Ferreiros, Enxerto, Obra. Vai ser construída uma Praia Fluvial com Parque de Campismo, para o qual já existe o projecto na localidade de Várzea.
Festas e Romarias
- A 15 de Agosto celebra-se a festa em honra de Nossa Senhora da Assunção, padroeira da aldeia
- Feira Mensal - Segunda-feira entre o dia 16 e 22 de cada mês
Colectividades
- Clube Desportivo de Vide
- Associação Humanitária Dª Guiomar Almeida Santos
- Casa do Povo / Centro de Dia de Vide e Teixeira
Ligações externas
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