Vieira do Minho é uma vila portuguesa no Distrito de Braga, região Norte e sub-região Ave, com cerca de 2.300 habitantes.
É sede de um município com 220,15 km² de área e 14.724 habitantes (2001), subdividido em 21 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Terras de Bouro, a norte e leste por Montalegre, a sueste por Cabeceiras de Basto, a sul por Fafe, a sudoeste por Póvoa de Lanhoso e a noroeste por Amares.
O ponto mais elevado do concelho situa-se no Alto do Talefe, com a altitude de 1.262 metros.
Freguesias
- Anissó
- Anjos
- Campos
- Caniçada
- Cantelães
- Cova
- Eira Vedra
- Guilhofrei
- Louredo
- Mosteiro
- Parada do Bouro
- Pinheiro
- Rossas
- Ruivães
- Salamonde
- Soengas
- Soutelo
- Tabuaças
- Ventosa
- Vieira do Minho (freguesia)
- Vilar Chão
História
De origem antiga, como o atestam inúmeros elementos arqueológicos, as freguesias que actualmente integram Vieira pertenceram antigamente a vários concelhos, termos, coutos e vilas, hoje extintos: Caniçada, Cova, Salamonde, Soengas e Ventosa, pertenceram ao concelho de Ribeira de Soás, deu-lhe foral D. Manuel em 1515; Parada de Bouro foi pertença do Couto de Parada de Bouro, criado por D. Sancho I, que o deu à famosa Ribeirinha; Cantelães, Eira Vedra, Mosteiro, Pinheiro, Tabuaças, Vieira e Vilarchão, compunham o concelho de Vieira; Campos e Ruivães eram terras do concelho de Ruivães; Anjos e Rossas pertenceram ao Concelho de Rossas, a quem D. Manuel concedeu foral em 1514; Guilhofrei que pertenceu ao concelho de Vila Boa da Roda, com foral de 1514, outorgado por D. Manuel e por último Soutelo e Louredo pertenciam ao Concelho de Lanhoso, que tem foral dado por D. Dinis em 1292.
A antiguidade da ocupação humana das terras que hoje integram o concelho de Vieira do Minho pode ser atestada pelos inúmeros testemunhos arqueológicos que podem ser vistos no concelho, com particular destaque para a área da Serra da cabreira, território ocupado desde a pré-história e as localidades de Salamonde e Ruivães, onde a presença militar de diferentes povos, com destaque para os romanos, atestam o valor estratégico desta área no controle das principais vias de penetração na província. As mamoas, menires, gravuras rupestres , fojos medievais, necrópoles neolíticas, povoações romanas, castros, além de vários utensílios de barro, ferro e outros metais, são exemplos do filão arqueológico da região, bastante subexplorado aliás.
Da época romana, ainda existem vestígios de alguns troços da via XVII do itinerário Antonino que ligava Braga, Chaves a Astorga, e vestígios de antigos povoados dessa época, é exemplo disso o povoado de São Cristovão - Ruivães
Pela extrema importância na estratégia militar, a região sofreu os efeitos da penetração dos diversos povos que invadiram a península, desde os Suevos aos Romanos, e bem mais recentemente dos exércitos Napoleónicos. De facto, na Primavera de 1809, o concelho foi duas vezes atravessado pelas tropas do marechal Soult: a primeira em 15 de março, em impetuoso avanço a caminho de Braga. A segunda, a 17 de Maio, em retirada precipitada pela ponte da Misarela, no dia exacto em que as forças anglo-lusas de Wellesley chegavam ao alto de Salamonde, com o objectivo, frustrado, de lhes atalhar o passo. Este seu pendor para o envolvimento na guerra determinou igualmente que Vieira se envolvesse nas guerras liberais, presenciando Ruivães duros combates entre liberais e absolutistas, e pouco depois, em Abril de 1846, Vieira entusiasma-se com o movimento popular da "Maria da Fonte" onde teve a sua origem e onde habitava o seu mentor: padre Casimiro José Vieira.
Estas breves notas são bem o testemunho da história de Vieira do Minho, feita mais da sua valia estratégica, que da memória dos homens consubstanciada em monumentos e urbes.
Personalidades
José Gaudêncio Ribeiro
Pertencente a uma respeitável família da vila, José sempre foi alguém bastante acarinhado pelo povo. Este filho de um grande comerciante da vila, fundador da loja de família Gaudêncios, nunca poupou elogios à sua terra, Vieira (não fosse esta terra minhota um lugar verdadeiramente abençoado por belíssimas paisagens naturais), e aos seus conterrâneos que desde o berço o acompanharam.
Iniciou os seus estudos em Vieira do Minho mas foi na cidade do Porto que ingressou no curso de Engenharia. Em Julho de 1974, pouco tempo depois do levantamento militar de 25 de Abril, José Gaudêncio é nomeado presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Vieira do Minho, acompanhado por Artur Fidalgo e António Peixoto, seus conterrâneos. Fora professor de Educação Física e de Artes Visuais. Os seus alunos reconhecem-lhe grandes talentos e qualidades enquanto Homem e pedagogo. Os serviços de Acção Social Escolar também passaram pela sua jurisdição. O trabalho que desenvolvera na Câmara quase nunca era remunerado: "apenas mil e quinhentos escudos para expediente; a única despesa que dei à Câmara foi uma deslocação a Lisboa para resolver (adiar) o fecho de uma unidade fabril", afirmou, com graça, José, em entrevista recente ao Jornal de Vieira). Trabalhou de forma afincada e idónea em prol de toda a comunidade: trouxe luz pública a muitos caminhos, melhorou inúmeras estradas e concretizou um sem número projectos, adormecidos no tempo e empoeirados nas gavetas, que permitiram lançar Vieira do Minho para a evolução. Em Dezembro de 1976, concorre à Assembleia Municipal como independente nas listas da FEPU, tendo sido eleito com grande expressividade.
Fora um dos fundadores do Vieira Sport Clube, em 1965 e desempenhou cargos na direcção durante alguns anos. A sua grande capacidade moralizadora e optimista e seu talento ímpar no comando da equipa levou o clube a grandes vitórias e a alegrias que ainda hoje são recordadas com saudade e nostalgia. Foi com José Gaudêncio Ribeiro que a equipa júnior do VSC chegou aos nacionais.
Um homem de Vieira e de todos nós, que marcou o passado e que ficará certamente na memória de todos nós como alguém que muito fez para fazer de Vieira uma terra de imensos atributos.
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