Vila Boa de Quires

Vila Boa de Quires
Marco de Canaveses



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Vila Boa de Quires é uma freguesia portuguesa do concelho de Marco de Canaveses, com 16,18 km² de área e 3.635 habitantes (2001). Densidade: 224,7 hab/km².

É uma das 31 freguesias do concelho de Marco de Canaveses. Dista 9 km da sede municipal e aproximadamente 40 km da cidade do Porto. Situa-se esta freguesia no extremo ocidental do concelho, no limite com o vizinho município de Penafiel. É atravessada pela ribeira de Bufa e pelo ribeiro de São Paio. Tanto em termos históricos como patrimoniais, Vila Boa de Quires é uma das mais importantes freguesias do concelho do Marco de Canaveses. É também uma das maiores, em termos de área, e uma das mais populosas.

Toponímia

A toponímia remete para a grande antiguidade da freguesia. Vila Boa deve estar relacionada com a existência de uma «villa» agrária do tempo dos romanos. Quires é um genitivo de Quederici, portanto de origem germânica. Nomes como Roubão, Buriz e Avessões são também deste período.

História

Antecedentes

O Castro de Quires, situado perto do casal de São Domingos, perto da partilha com o concelho de Penafiel, confirma o povoamento precoce desta freguesia. É um reduto castrejo de grandes dimensões, que manteve até hoje grande parte das suas estruturas habitacionais e três linhas de fortificações. A sua existência é já referida por autores como Pinho Leal, José-Augusto Vieira ou mesmo o Padre Carvalho. Habitado desde o período Calcolítico, o Castro de Quires desenvolve-se num pequeno alto. Na acrópole, ainda é possível ver restos da antiga muralha. À superfície, vêem-se alinhamentos em pedra, respeitantes a construções domésticas. Em termos de espólio, foram recolhidos fragmentos de cerâmica castreja e romana.

A Via de Castro, calçada do período romano, devia servir a população deste castro ou aquela que ocupou a zona depois do período Calcolítico. Foram registadas referências orais à sua existência, nas nunca foram detectados vestígios físicos. De resto, os vestígios arqueológicos na área da freguesia são abundantes. No Monte de Perafita, encontra-se o sítio arqueológico de Chã de Chouçal – Mamoa número 2. Utilizada para enterramento dos mortos no período neo-calcolítico, tem um diâmetro de cerca de vinte e cinco metros. A couraça pétrea e a cratera de violação ainda são visíveis.

O sítio arqueológico da Lagarelha é composto por uma sepultura de datação indeterminada. Não está muito longe do Castro de Quires (menos de um quilómetro para sudoeste), por isso devia estar-lhe associado. A tampa da sepultura, colocada na posição correcta, ainda se encontra em bom estado de conservação. O povoado fortificado de Castelos, no lugar do mesmo nome, foi habitado durante a Idade do Ferro. Não existem grandes informações acerca das suas características.

Nacionalidade

Um dos primeiros documentos relativos a Vila Boa de Quires menciona a freguesia e os seus terrenos, propriedade na sua maioria, em 1129, de D. Flâmula Moniz, que as doou nesse mesmo ano ao Mosteiro de Paço de Sousa. Quanto ao Mosteiro de Vila Boa de Quires, terá sido fundado posteriormente, sendo o ano provável de construção o de 1185. Há quem refira também a data de 1118. Sabe-se que, no século XIII, albergava frades beneditinos. Por volta de 1320, foi convertido em Igreja Paroquial. No século XIX, procedeu-se a um aumento do templo.

Segundo as Inquirições de 1258, ordenadas por D. Afonso III, vemos que a paróquia de Vila Boa de Quires estava dividida em duas partes. Uma pertencia ao Julgado de Portocarreiro e a outra ao Julgado de Penafiel. Dentro do Couto do Mosteiro, a maior parte dos casais pertencia aos seus congéneres de Vila Boa do Bispo, deste concelho, e de Mancelos (Amarante).

Esta freguesia estava integrada em plena Honra de Portocarreiro, herdeira da Terra medieval do mesmo nome, fundada em 1057 por D. Reymão Garcia. Em Vila Boa de Quires, iriam ser erguidas as principais estruturas administrativas e judiciais do concelho: o Pelourinho, a Casa da Câmara e a Cadeia.

Constituiu, até ao início do século XIX, o couto de Vila Boa de Quires. Foi nessa época incorporado em Penafiel e mais tarde passou para o actual município de Marco de Canaveses.

Economia

Vila Boa de Quires é ainda caracterizada por actividades económicas, destacando-se a indústria de malhas e o artesanato. Este está ligado à feitoria dos chapéus de palha. A agricultura tem carácter de subsistência, sendo notório um certo crescimento nos últimos tempos ligados à produção de vinho verde.

No que se refere a recursos da comunidade, existe o Centro Cívico onde estão instalados a Junta de Freguesia e o Centro de Saúde. Separadamente existe o Centro Pastoral.

Património

Mosteiro de Vila Boa de Quires

O Mosteiro de Vila Boa de Quires é o bem patrimonial mais importante do concelho. Classificado como Monumento Nacional em 1927, a sua Igreja apresenta características românicas tardias, quase proto-góticas. No entanto, devido às alterações que sofreu, apresenta também alguns aspectos neoclássicos. A sua arquitectura é marcada pela simplicidade, já que a maior parte da decoração encontra-se nos vãos exteriores e na porta principal. De planta longitudinal, é composta por nave única e capela-mor abobadada. O portal principal tem quatro arquivoltas, em arco quebrado, assente em impostas com cabeças de gado e capitéis muito decorados.

No interior, a capela-mor é decorada com silhar de azulejos de padrão policromo maneirista. O retábulo-mor foi feito num período de transição entre o tardo-barroco e o neoclássico. Os altares colaterais são em talha policroma marmoreada.

Casa inacabada de Vila Boa de Quires

A Casa inacabada de Vila Boa de Quires ou Obras do Fidalgo são os restos de um solar nobre setecentista que nunca chegou a ser concluído. Estaria presente naquele solar um rococó e um barroco sumptuoso, com toda a exuberância decorativa que lhe está associada.

Pelourinho de Vila Boa de Quires

O Pelourinho, por sua vez, simboliza o passado de independência administrativa da freguesia. Classificado como Imóvel de Interesse Público, foi construído aquando da transferência para Vila Boa de Quires da sede do concelho de Portocarreiro.

Outros locais

  • Castro de São Domingos
  • Casa da Telha
  • Casa do Cabo
  • Casa do Freire

Associativismo

Relativamente a associações culturais há a destacar a Banda de Música, o Rancho Folclórico Infantil e os Gupos Corais ligados à Igreja. Quanto a associações desportivas há a registar o Clube de Tiro e espaços destinados à prática de autocross e motocross.

Fotografias

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