Vila Nova da Barquinha (também conhecida pela forma abreviada de Barquinha) é uma vila portuguesa pertencente ao Distrito de Santarém, região Centro e sub-região Médio Tejo, com cerca de 3.500 habitantes. Pertencia ainda à antiga província do Ribatejo, hoje porém sem qualquer significado político-administrativo.
É sede de um pequeno município com 48,95 km² de área e 7.610 habitantes (2001), subdividido em 5 freguesias. O município é limitado a norte pelos municípios de Tomar e Abrantes, a leste por Constância, a sul pela Chamusca, a sudoeste pela Golegã, a oeste pelo Entroncamento e a noroeste por Torres Novas. O concelho foi criado em 1836 por desmembramento do antigo concelho da Atalaia.
Freguesias
História
O povoamento do território que corresponde ao actual concelho remonta a épocas ancestrais, nomeadamente ao período Paleolítico, tal como se pode comprovar pelos vestígios arqueológicos encontrados em Aldeínha. Em Tancos e na freguesia de Atalaia, são visíveis marcas neolíticas, enquanto que a presença romana e árabe está, igualmente, bem delimitada no concelho, mais especificamente no Castelo de Almourol. Pensa-se que esta fortificação terá sido edificada, num ilhéu a meio do Rio Tejo, no século III ou no IV d. C., tendo sido reconstruído no século XII (1171), por Gualdim Pais, Mestre da Ordem dos Templários. Romanizado e, mais tarde, conquistado pelos mouros, este território transformou-se num local de grande relevância estratégica.
No período da Reconquista Cristã, foram sendo erguidas fortificações, nesta região, de forma a assegurarem a defesa das investidas muçulmanas. Assim, para além do Castelo de Almourol, a cintura defensiva desta zona era composta pelos já desaparecidos Castelos de Paio de Pelle e de Cardiga. A partir da Idade Média, as povoações que, actualmente, compõem o concelho de Vila Nova da Barquinha foram perdendo importância militar e foi o Rio Tejo que passou a ter um papel fundamental no desenvolvimento local. Desta forma, a navegabilidade e o tráfego fluvial intenso originaram portos fluviais em Tancos (século XVI) e em Barquinha (século XVIII). A chegada do caminho-de-ferro provocou uma diminuição do comércio fluvial e as povoações ribeirinhas começaram a entrar em decadência.
No dia 6 de Novembro de 1836, a rainha D. Maria II assinou um decreto que criou o concelho de Vila Nova da Barquinha, que seria composto pelos extintos concelhos de Atalaia, Paio de Pele e Tancos. Só três anos mais tarde (26 de Junho de 1839), é que Barquinha foi elevada a Vila. O novo concelho foi, entretanto, suprimido (21 de Novembro de 1895) e anexado ao da Golegã, para voltar a ser restaurado, em 13 de Janeiro de 1898.
Em 1849, o concelho de Vila Nova da Barquinha possuía, de acordo com estudos estatísticos realizados na época, 848 fogos e 3.034 habitantes, dos quais 1.625 eram mulheres. Nesse ano, o município apresentava uma densidade populacional de 62.28 habitantes por quilómetro quadrado, uma taxa bruta de mortalidade de 37.9%, uma taxa bruta de natalidade de 34.61% e uma taxa bruta de nupcialidade de 6.59%.
Assim, pela sua localização geográfica e pela sua história, o concelho de Vila Nova da Barquinha é detentor de um vasto, variado e rico património natural, arqueológico e arquitectónico, que fará as delícias dos turistas mais atentos, aconselhando-se uma visita mais detalhada a cada uma das suas cinco simpáticas e acolhedoras freguesias, dominadas pela beleza das zonas ribeirinhas e das paisagens verdejantes.
Património
Sítios classificados
Castelo de Almourol
É um castelo de sonho. Fortaleza reconstruída por Gualdim Pais, mestre da Ordem dos Templários, em 1171, é o Ex-libris do Concelho de Vila Nova da Barquinha. Cercado pelas águas do rio Tejo, destaca-se num maciço granítico de uma ilhota do Tejo, entre Vila Nova da Barquinha e a freguesia da Praia do Ribatejo. A singular localização do Castelo torna-o um dos mais bonitos monumentos do país, tendo sido considerado Monumento Nacional em 1910.
Igreja Matriz de Atalaia
Um dos mais belos exemplares da arquitectura renascentista em Portugal, possui no seu interior azulejos de grande efeito artístico do século XVII e um tesouro de arte sacra representado pelo cálice do Século XVI, em prata dourada. Este edifício do século XVI é considerado Monumento Nacional desde 1926, sendo um local que vale a pena visitar.
Igreja Matriz de Tancos
Dedicada a Nossa Senhora da Conceição, foi construída no século XVI, possuindo uma ampla abóbada de caixotões e azulejos do século XVII e retábulo de talha maneirista, enquadrando pinturas da época. Enquadra-se num cenário de encanto, tendo o Tejo e o Castelo de Almourol como "pano de fundo". É considerada monumento de interesse público.
Património edificado
Praça de Touros de Vila Nova da Barquinha
É a segunda mais antiga de Portugal. Foi construída no Século XIX, no ano de 1853, sendo palco de várias Corridas de Touros realizadas anualmente. Situa-se junto à Estação de Caminhos-de-Ferro de Vila Nova da Barquinha.
- Zona Histórica de Vila Nova da Barquinha
- Zona Histórica de Tancos
- Solares do século XIX e início do século XX (Praia do Ribatejo)
- Quinta da Lameira (Quinta Agrícola com Solar e Capela do séc. XVIII)
- Quinta da Ponte da Pedra (Quinta Agrícola com solar e capela do século XVIII e XIX)
Aldeias típicas
Tancos, Vila Florida
Situada na margem direita do Rio Tejo, Tancos tem uma beleza e graça naturais. É considerada uma das vilas mais floridas da Europa, tendo conquistado em 1999 uma Medalha de Bronze no Concurso Europeu de Vilas Floridas. A zona ribeirinha e o cais enquadram-se num cenário paisagístico ímpar.
Património Natural
Todas as margens ribeirinhas dos Rios Tejo e Zêzere com a incidência na zona da Ilha do Castelo de Almourol, Foz do Zêzere bem como a confluência do Rio Nabão. Concretamente toda a zona ribeirinha desde Vila Nova da Barquinha passando por Tancos até Praia do Ribatejo. No interior do concelho, zonas verdes das localidades de Cafuz, Matos, Limeiras e Madeiras.
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