Vilamar é uma freguesia portuguesa do concelho de Cantanhede, com 6,20 km² de área e 770 habitantes (2001). Densidade: 124,2 hab/km².
Vilamar fica a cerca de 15 quilómetros do mar, fazendo este sentir a sua influência no clima ameno. Dista 11 quilómetros da sede do concelho a aproximadamente 35 quilómetros da sede de distrito a que pertence, Aveiro.
É uma das terras mais conhecidas no mundo da ourivesaria portuguesa desde meados do século XIX, tem na sua população um enorme reservatório de artífices que trabalham os metais preciosos. Terra de ourives, actividade de muitos dos seus habitantes, tendo este levado a todos, os cantos do País, desde as veredas do Minho aos córregos do Alentejo, os artigos de ouro confeccionados na região. A agricultura é também uma das ocupações principais das suas gentes.
Toponímia
Vilamar foi conhecida até à década de 50 do século XX como Escumalha. Quanto a este topónimo várias hipóteses têm sido avançadas, embora pouco plausíveis, a saber:
- Existência de uma fábrica de pez e breu;
- Provável existência de uma colónia de judeus que ali se teria furtado à perseguição da Inquisição;
- Junto à lagoa do Frade vivia uma raça de muito fraca reputação (os Rabinos) que passaram depois para a zona dos "Covis";
- Existência de uma lixeira de ferro velho algures situada na actual Travessa Luís Rato.
Porém, a hipótese relacionada com o aparecimento dum povo Judeu, que se fixou nesta zona, junto da Lagoa da Torre (ou do Frade), onde prosperou, em resultado do seu dinamismo, tem sido a hipótese, ou lenda, que tem prevalecido. O relacionamento desse povo com os habitantes mais próximos da região não era o melhor, dado serem quezilentos e pouco comunicativos, dificultando assim a criação de laços de amizade, o que lhes valeu o epíteto "Escumanheiros" que etimologicamente significa em tom depreciativo, coisa sem valor, restos.
História
Os Vilamarenses briosos, sabendo o que queriam, achavam que o nome Escumalha para a sua terra era depreciativo e não de acordo com a maneira de ser das pessoas. Por isso em Assembleia Magna, foram propostos alguns nomes como Vila do Ouro, Vilamar, etc. Foi escolhido o último em Decreto-Lei emanado do Diário do Governo de 6 de Julho de 1940 e foi oficializado o nome de Vilamar, deixando para trás o de Escumalha.
Entre outras realizações da época, é de realçar a instalação da luz eléctrica, melhoramento ímpar na altura, sendo Vilamar uma das terras pioneiras na instalação desta regalia. Também os Correios se constituíram com um dos grandes empreendimentos a que Vilamar teve acesso. Os serviços de correio de Vilamar nasceram a 15 de Novembro do 1941 com a designação de Posto de Correio de 3ª classe de Escumalha, sendo esta designação alterada um pouco mais tarde para Posto de Correio de Vilamar. Por alvará de 7 de Dezembro de 1942 foi elevado a Posto de Correio, de Telégrafo a Telefone de 3ª classe.
A criação da Freguesia foi outro passo importante, desmembrando-se de Febres. Muito se teve de trabalhar, e muitas vezes em vão. Todavia, este Povo, dotado de grande força de vontade, rompeu todas as barreiras. Primeiro, com o Bispado de Coimbra que, na altura dificultou a criação da Freguesia Religiosa, depois com a Freguesia de Febres. Tudo foi possível criando-se, primeiro a Reitoria de Vilamar a depois, da construção da igreja a Freguesia Religiosa, seguindo-se a Freguesia Civil, por despacho de 12 de Julho de 1986, emanado da Assembleia da República.
Vilamar actual está diferente para melhor. Um conjunto de infraestruturas veio proporcionar aos seus habitantes condições próprias ao seu bem-estar. Construiu-se uma bela igreja e seus anexos, existem três salas de aula a funcionar e possui ainda um jardim-de-infância oficial. Os acessos às terras vizinhas são feitos por estradas que têm sofrido alguns melhoramentos o que veio facilitar o contacto com outras pessoas. É de salientar a construção do novo troço que liga a localidade à estrada de Cantanhede a Mira.
Economia
Quem não se lembra dos tempos de menino, do homem da caixa de lata verde, pedalando infatigável uma bicicleta, portador de tesouros maravilhosos a de valor artístico muitas vezes incalculável? Um dos esteios económicos de Vilamar é precisamente a manufactura de objectos de ouro que, juntamente com a relojoaria, proporcionam um comércio importantíssimo para o desafogo da região. Para o mesmo desafogo contribuiu outrora, hoje menos, a terra púbere, abundante de cereais, legumes, hortaliças e principalmente vinho. Houve lavradores que fabricavam milhares de almudes de bom néctar que as uvas davam.
Heráldica
Ordenação heráldica do brasão e bandeira publicada no Diário da República III Série de 14/05/2001
Armas
Escudo de azul, dois cachos de uvas de ouro, folhados de prata, entre anel de ouro com um rubi de vermelho apontado para o chefe e um favo de mel de ouro, com dezanove alvéolos, postos três, quatro, cinco, quatro, três unidos e apontados, tudo alinhado em cruz. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: "VILAMAR".
Bandeira
De amarelo, cordões e borlas de ouro e azul. Haste e lança de ouro.
Gastronomia
Esta é sem dúvida uma terra rica em iguarias, que acompanhadas de um bom vinho são por si só um excelente convite para vir saborear em Vilamar os mais variados pratos da região, do que destacamos o leitão assado, cozido de tripas de porco, sarrabulho de porco e o frango de churrasco.
Ligações externas
- Site da Junta de Freguesia de Vilamar
- Site sobre Vilamar, de Humberto Neto e Alfred da Silva
- Site da Câmara Municipal de Cantanhede
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