Vilar de Mouros

Vilar de Mouros
Caminha



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Vilar de Mouros é uma freguesia portuguesa do concelho de Caminha, com 9,00 km² de área e 819 habitantes (2001). Densidade: 91,0 hab/km².

A freguesia de Vilar de Mouros, delimitada pelos montes de Góios, Pena, Gávea e Crasto, corresponde ao braço norte do cotovelo com que termina a bacia do Rio Coura. Situada na convergência geológica dum granito hercínico de grão médio com xisto silúrico luzente com cristais de andaluzite e percorrido por filões aplitopegmatíticos, foi a estas condições geográficas e geológicas que em grande parte ficou a dever a seu destino histórico.

Esta freguesia tornou-se famosa em 1971 por ser o local de realização do Festival de Vilar de Mouros que decorre todos os anos no Verão, actualmente com artistas de gabarito internacional, chamando muitos visitantes à freguesia.

História

Povoada desde remotos tempos, aqui se encontraram vestígios pelo menos desde a Época do Bronze. Mas foram os Romanos que lhe conferiram personalidade própria. Depois de terem romanizado o Castro de Vilar de Mouros, donde divergiu o povoamento para as bacias do Minho e do Coura, estabeleceram-se nas zonas baixas desta localidade. Deles nos ficou, além de cerâmica exumada no castro, o testemunho dos topónimos “Crasto (povoado fortificado)”, “Agrelo (pequena zona de campo)” e “Chelo (pequeno plaino)”. Aqui teriam sido exploradas as riquezas mineiras em estanho e ouro fornecidas pelo subsolo. Mas pré-romanos, a atestar um povoamento que os Romanos apenas aculturaram, são os topónimos “Barze (várzea)” e “Ranha (declive)”.

Os povos que foram objecto desta romanização foram os Seurbi, subordinados à “ciuitas Tude”, em cujo território se formaram, nos tempos suevos, vários “paroeciae”, entre os quais o simples “pagus” de Cártase (já na actual freguesia de Mentrestido). A ocupação romana seria, apesar de tudo, tão fruste quanto o foi a cristianização, em função do medo do mar, povoado de monstros e sorvedouro de homens, que do reino de Neptuno se engolfavam directamente no de Plutão.

Mas as condições excepcionais do lugar, abrigado e diversificadamente rico, aqui fixaram, a partir do século VIII, um núcleo de Mouros, que constituíram mesmo uma aldeia (“vilar”). Quando, no século IX, Paio Bermudes procedeu à Reconquista da região entre Minho e Lima, conquistou este vilar, incorporou parte dele nos seus bens como terra de inimigos e santificou o lugar com a erecção duma igreja em honra da mártir hispânica Santa Eulália, juntamente com outras que a documentação menciona e que se supõe possam ter sido as de S. Sebastião e de Nossa Senhora do Crasto, onde me pareceu ter visto um silhar almofadado.

Entretanto, as incursões normandas (que chegaram a saquear Tui) mais uma vez fizeram refluir a população para o interior, vindo Vilar de Mouros a beneficiar da conjugação da sua (relativa) interioridade com o afluxo das marés: aqui se instalaram salinas (no lugar hoje denominado das Marinhas), que abasteceram a população local e das imediações. Foi com estas convulsões que Vilar de Mouros tergiversou da herança de Paio Bermudes, mas foi com elas também que enriqueceu, vindo à posse do rei, como terra auto-suficiente com minas, monte, souto, vinho, pão, gado e sal, na economia autárcita que na Idade Média dominou. Foi nestas condições que Vilar de Mouros, já com os limites actuais, constituiu um couto de per si, que o rei Garcia doou em 1071 ao bispo de Tui e em cuja posse se manteve até ao fim da Idade Média.

Foi então que Vilar de Mouros parece ter sido desafectada da mitra tudense e gerida por senhores laicos, ao ponto de, nos finais do século XVI, aparecer como mera capela, não constando sequer do censual de D. Diogo de Sousa, e aparecendo arrendada no de D. Frei Baltasar Limpo. Nestas circunstâncias , os senhores laicos, para valorizar a terra, construíram a ponte, gótica, à imitação das de Ponte de Lima e Ponte da Barca. Mas também foi D. Frei Baltasar Limpo que fez restaurar a igreja paroquial. No século XVII, definidas as esferas de acção, a igreja é ampliada em 1678, já depois de constituído o morgadio da Barze na pessoa de Miguel Andrade da Gama em 1621, que se alargou aos Amorins galegos, quando para aqui casou D. António Maurício de Sousa Amorim, que construiu a actual casa, que ostenta os seu brasão.

A emigração para o Brasil trouxe novas fontes de rendimento, que deixaram marcas na remodelação da igreja paroquial, que recebeu nova talha e uma fachada rococó. Este período senhorial e de intensa devoção barroca, ficou assinalado na freguesia com novas capelas, de que se destaca a Igreja Nova (do Senhor dos Passos / barroca), a de Nossa Senhora da Lapa (rococó, na Quinta Ranhada), e a do Encontro, numa “via sacra” a que não faltam os nichos dos “passos” nem o púlpito de pedra para o sermão.

Em 1855, ao encerrar a Fábrica de Viana, alguns dos seus operários vieram para Vilar de Mouros, onde fundaram uma fábrica no lugar de Além da Ponte, a trabalhar para o mercado galego que absorvera a produção da Fábrica do Ruas de Caminha, extinta por um incêndio no ano anterior. Como ela, usava barros provenientes da Figueira da Foz e locais de Vilar de Mouros. A areia para o vidro era moída nos moinhos do Viso, propriedade da Quinta da Barze. No nosso século, a riqueza mineira de Vilar de Mouros entrou na corrida ao volfrâmio e hoje fornece xisto para a alvenaria e granito para cunhais e aros de portas e janelas, com que se estão construindo algumas das mais belas vivendas rurais do nosso tempo e da nossa região.

Economia

Agricultura, pecuária, pequeno comércio e pequena indústria.

Festas e Romarias

  • Senhora da Peneda
  • Senhor dos Passos

Património

Ponte Medieval, Igreja Paroquial, Igreja Nova (Senhor dos Passos), Capela da Senhora do Crasto, Cruzeiro, Ninchos e Alminhas, praia fluvial no rio Coura, Azenhas de Vilar de Mouros, Largo do Casal e Monte do Crasto.

Artesanato

Arte em ferro

Gastronomia

Pão de milho e enchidos de porco.

Colectividades

  • Centro de Instrução e Recreio Vilarmourense
  • Clube de Caçadores Vilarmourense
  • Grupo de Motares Vilarmourenses

Bibliografia

  • Alberto A. Abreu - Historiador Regional

Ligações externas

Fotografias

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